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Cronologia

História

 

A utilização do propofol como fármaco anestésico apareceu, a primeira vez, em 1876 com o rótulo da empresa Imperial Chemical Industries, contudo, devido à natureza da formulação, a administração do propofol levou ao desenvolvimento de reacções anafiláticas em alguns dos seus consumidores sendo, por isso, retirado do mercado.(1)

         Apesar deste aparecimento pouco frutuoso, o fármaco foi adoptado, mais tarde, pela AstraZeneca, que, reconhecendo o seu potencial, reformulou a formulação do propofol, incorporando-o na forma de emulsão. O Diprivan, nome comercial da formulação, foi aprovado pela FDA em 1896 e aprovado no mercado português pelo Infarmed no ano seguinte, desde então tornou-de um dos anestésico mais utilizados e tornou-se uma constante nos blocos operatórios em mais de 50 países.(2)

         Apesar da sua ampla e segura administração como anestésico, pela sua acção no Sistema Nervoso Central, em 1992 começaram a ser relatados os primeiros casos de suicídio por overdose e utilização recreativa do fármaco. O perfil dos utilizadores era semelhante: profissionais de saúde entre os 28 e 35 anos. Uma vez o contexto de utilização desta substância è muito restrito aos hospital e unidades de saúde, este mostrou-se ser o grupo de risco deste tipo de utilização pelo fácil acesso que têm à substância.(3)

         Com o aparecimento do conceito “medicamento genéricos” o propofol tornou-se o candidato perfeito para este tipo de produção, desta forma, em 2001 apareceu o primeiro genérico do propofol em Portugal da responsabilidade da Generis.(4)

         Sendo apresentado na forma de emulsão injectável a administração deste fármaco torna-se muito dolorosa. Desta forma, em 2008, foi aprovada pela FDA uma formulação com fospropofol, uma forma hidrosolúvel do fármaco que facilita a sua administração.(5)

         Apesar da posição que já tinha conquistado entre os profissionais de saúde, o propofol ganhou protagonismo no espaço mediático quando, em 2009 a overdose de propofol foi associada à morte do Michael Jackson e, mais tarde, em 2014 ao suicídio da atriz Joan Rivers.

         A nível institucional o propofol foi incluido na WHO Model Lists of Essential Medicines em 2011. Trata-se de um documento da Organização Mundial de Saúde que lista os medicamento que ou pela sua ampla utilização, ou pelo seu efeito se tornaram “essenciais” para a população mundial. (6)

         Em 2012 o estado do Missouri implementou um programa de injecção letal única constituída pelo propofol. Esta utilização não chegou a ser concretizada pela oposição da União Europeia que ameaçou os Estados Unidos da América com a cessação do fornecimento deste fármaco se o mesmo fosse utilizado para o referido fim. Esta posição por parte da UE deveu-se à falta de informação no que toca à segurança e eficácia desta utilização.(7)

Referências:

 

1 – Wikipédia Propofol : http://en.wikipedia.org/wiki/Propofol (acedido em 31.05.2015)

2 – Earley P., Finver T. (2013) Addiction to Propofol: A Study of 22 Treatment Cases, J Addict Med (2013);00: 1–8

3- KOOPMANN, A. GOLTZ,, C. HERMANN, C. KIEFER, F. (2011), Propofol Addiction Initiated by Anesthetic Use Am J Psychiatry 168:2

4 – Infomed Propofol: https://www.infarmed.pt/infomed/lista.php (acedido em 28.06.2015)

5 - HIGHLIGHTS OF PRESCRIBING INFORMATION: Propofol, FDA (acedido em 28.06.2015)

6- WHO Model Lists of Essential Medicines: http://www.who.int/medicines/publications/essentialmedicines/en/ (acedido em 28.06.2015)

7 - State by State Lethal Injection, Death Penalty Information Center: http://www.deathpenaltyinfo.org/state-lethal-injection (acedido em: 28.06.2014)

© 2015 by Camilo Rebelo Luísa Queirós Sara Marques

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