
PROPOFOL|
fármaco, droga ou veneno?
Farmacodinâmica
As propriedades farmacodinâmicas do Propofol estão diretamente relacionadas com as concentrações atingidas no sangue. Alguns efeitos secundários como a depressão cardio-respiratória são passíveis de acontecer como consequência das altas concentrações sanguíneas atingidas. Deste modo, é de extrema importância que haja ajuste da dosagem para cada paciente e que ocorra um intervalo de 3 a 5 minutos entre cada perfusão.
Os efeitos hemodinâmicos do Propofol durante a anestesia variam de acordo com o tipo de ventilação: normal ou assistida. Se a ventilação for feita sem a ajuda de um dispositivo (normal) os maiores efeitos cardiovasculares são a hipotensão e uma ligeira alteração na frequência cardíaca. Por outro lado, se a ventilação tiver de ser assistida, ocorre uma diminuição significativa do débito cardíaco. A adição de um opióide previamente ao Propofol, contribui para a diminuição do débito cardíaco e aumento da depressão respiratória. A indução da anestesia com Propofol está também frequentemente associada com apneia, verificando-se tanto nos adultos como nas crianças..
De modo a minimizar efeitos secundários que ocorrem logo apos a administração de Propofol como a hipotensão, apneia e obstrução das vias aéreas, uma administração lenta de Propofol é preferível a uma administração rápida e com altas concentrações.
O propofol vai ter ação em três receptores de acordo com a seguinte atividade:
1) Agonista GABA
A ação do propofol nos receptores GABA divide-se, ainda, em duaa vertantes:
- Agonista dos receptores GABA A sub-unidade Beta-2 e sub-unidade Beta-3: o GABA é um potente neurotransmissor inibidor da coluna vertebral, mediando a inibição neuronal
- Agonista dos receptores GABA ( canal aniónico) – modulador positivo alostérico ( a ligação do Propofol provoca uma abertura dos canais de Cloreto, conduzindo a uma hiperpolarização neuronal
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2) Inibidor de canais de sódio
Inibidor Canais de Sódio- Proteína tipo 2 e 4 sub-unidade Alfa ( Canais de Sódio dependentes da voltagem) ( A diferença da proteína tipo 2 para a tipo 4 é que a 2 está presente no músculo esquelético enervado e não enervado)

3) Anatgosnista N-Metil-D-Aspartato
Não está, ainda, descrito o mecanismo de interação com os receptores N-Metil-D-Aspartato. Apenas se constatou que o propofol tinha uma ação inibitória e antagonista sobre os mesmos.
Referências:
17 Haeseler G, Karst M, Foadi N, Gudehus S, Roeder A, Hecker H, Dengler R, Leuwer M: High-affinity blockade of voltage-operated skeletal muscle and neuronal sodium channels by halogenated propofol analogues. Br J Pharmacol. 2008 Sep;155(2):265-75. Epub 2008 Jun 23.
18 Y.Kotani,M.Shimazawa,S.Yoshimura,T.Iwama,andH.Hara, “The experimental and clinical pharmacology of propofol, an anesthetic agent with neuroprotective properties,” CNS Neuro- science and Therapeutics, vol. 14, no. 2, pp. 95–106, 2008